Omolu é tempo e transformação.
Orixá dos remédios e das doenças, senhor das chagas e da cura, caminha envolto em palha para proteger os outros da dor que ele mesmo carrega.
Durante a pandemia de Covid-19, em pleno caos e silêncio, essa cerveja foi concebida. Um gesto ritual, uma oferenda líquida — como se o próprio tempo pudesse ser fermentado.

Fermentada com maltes defumados por turfa, típicos do solo escocês, ela exala um perfume ancestral: fumaça fria, terra molhada, madeira antiga.
No paladar, caramelo intenso e a doçura resinosa da longa fervura se entrelaçam com notas de couro, ameixa seca e um toque sutil de tabaco.
Seu corpo denso envolve o céu da boca como manto.
O aquecimento alcoólico é presente, mas respeitoso — não agride, aquece.
Depois de produzida, Omolu descansou por três anos em barricas de carvalho, amadurecendo como as cicatrizes que o tempo cura em silêncio.

É uma cerveja rara, que não se apressa. Feita para ser bebida devagar, como quem reverencia um saber antigo.
Cada gole é um rito de passagem.

Harmonizações de fé e defumação:

Omolu encontra par perfeito em pratos de alma terrosa e sabores intensos:

• Carnes defumadas, costela suína ou bovina, brisket, joelho de porco
• Queijos curados e intensos, como gouda envelhecido ou blue cheese
• Pratos com toque de doçura e especiarias, como tagines, assados com ameixa ou figo
• Sobremesas com caramelo salgado, torta de nozes, bolo de especiarias

Sirva entre 10–12 °C.
Copo ideal: Snifter — ou aquele que cabe duas mãos ao redor, para aquecer e respeitar.

Omolu é cura, mas também memória.
Um lembrete líquido de que, por mais longa que seja a travessia, ela sempre deixa marcas — e que algumas feridas só o tempo e o fogo curam.

Desenvolvida pela Cervejaria Macumba.
Registro no MAPA nº 001396-0.000107.