Por que Macumba?
A pergunta vem, direta ou disfarçada.
“Você é de alguma religião?”
“Não tem medo da reação?”
“Por que esse nome?”
Mas a verdade é que não dá pra explicar por que Macumba.
A gente é Macumba.
Macumba como gesto de resistência.
Macumba como memória viva dos povos que tentaram apagar.
Dos que vieram da África, dos que já estavam aqui — e de todos que sobreviveram à margem, criando beleza, sabedoria e força mesmo sob opressão.
É a ginga do povo preto,
o canto dos povos originários,
o saber ancestral que atravessa séculos
e chega hoje em forma de cerveja.
Cada rótulo é um recado.
Cada cor, um símbolo de quem não se curvou.
Cada gole, uma celebração dos que dançam, cantam e vivem — mesmo depois de tantas tentativas de silenciamento.
Sim, tem gente que vira as costas.
Mas também tem quem puxa a cadeira e pergunta.
Tem quem sente, se afeta, se abre.
E é pra esse encontro que a gente faz cerveja.
Porque pra nós, cerveja não é só malte, lúpulo, levedura e água.
É tambor que pulsa.
É gargalhada que ecoa.
É abraço que demora.
É memória engarrafada, cultura líquida, feitiço servido gelado — que acende fogo por dentro.
Somos Macumba.
Não como religião — mas como potência ancestral,
como reverência aos caminhos abertos por quem veio antes.
Não dizemos que fazemos a melhor cerveja do mundo.
Dizemos que todos os dias buscamos fazer uma cerveja cada vez melhor, para você e para o mundo.
Cada rótulo, cada gole, cada conversa iniciada é um encantamento.
Um ritual de convivência, um brinde contra o preconceito.
Se quiser entender, puxe uma cadeira.
Se quiser sentir, sirva-se.
Se quiser mudar o mundo, brinde com a gente.
É tambor que pulsa, é esquina de mundos, é encruzilhada de histórias.
Cada gole é feitiço, cada garrafa é encontro.
Nossas cervejas não se bebem sozinhas.
Elas dançam no copo e acendem fogo por dentro.